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Os AGMs Estão ai Gente!!





Interessei-me muito sobre esse assunto, quando vi a reportagem na SporTV no domingo passado, já havia conhecimento sobre o assunto, porém, de uma maneira superficial. Bom, estive fazendo uma pesquisa e encontrei as seguintes seqüências e informações:
Em 2004, em pleno início das olimpíadas de Atenas já se discutia muito o assunto dos AGMs – Atletas Geneticamente Modificados. Na época, fazia-se uma comparação dos atletas com então assunto do momento, “alimentos transgênicos”. Dizia-se que a soja, algodão ou tomate transgênico já causava um bocado de discussão. Mosquitos geneticamente modificados para combaterem a transmissão de doenças também criaram celeuma, apesar de estarem um pouco mais distantes no horizonte do cientificamente possível. E que para constituir mais sobre o assunto em questão, descobertas recentes e tratamentos próximos indicavam que estaria raiando a era do atleta transgênico. Atletas procuravam atingir os limites físicos da espécie, correndo, nadando e transportando ou arremessando itens variados, sejam dardos ou pesos de ferro, modificando seu próprio DNA.
No mesmo ano a Wada, sigla em inglês para Associação Mundial Antidoping, já estaria estudando meios de combater a dopagem genética. Como a associação iria fazer isso ainda era um enigma. Pois, na época os recursos para desenvolver algo capaz de constatar eram muito poucos, pra não dizer zero.
Com o avanço dos anos, já em 2010, ou seja, 6 anos depois, Cientistas das universidade de Tübingen e Mainz, na Alemanha, Acreditavam ter desenvolvido um exame de sangue capaz de detectar o doping genético de forma confiável. "Pela primeira vez, está disponível um método direto que utiliza amostras de sangue convencionais para detectar o doping pela transferência de genes. Ele é eficaz mesmo se o doping real ocorreu até 56 dias antes," diz o Dr. Péricles Simon, um dos membros da equipe. "Isso representa um método de custo relativamente baixo para detectar vários dos genes mais comumente usados na dopagem." O estudo mostrando a criação do novo teste para doping genético estudo foi publicada no site da revista científicaGene Therapy.
Segundo o estudo, o teste fornece respostas claras do tipo "sim" ou "não", baseado na presença ou na ausência dos chamados DNA transgênicos em amostras de sangue.
O que é doping genético?
Em vez de tomar uma substância que melhore seu desempenho, no doping genético o atleta recebe um DNA transgênico que força seu próprio corpo a produzir a substância desejada.
"O processo de inserção de genes individuais em células específicas do corpo vem da idéia de curar doenças graves. Imaginava-se que só seria possível detectar o doping genético pela transferência de genes usando um procedimento analítico indireto extremamente dispendioso no campo da medicina molecular," explicou o professor Michael Bitzer, coautor da pesquisa.
O DNA transgênico - ou DNAt - não se origina da pessoa que está sendo examinada, mas é transferido para o seu corpo - muitas vezes usando vírus como meio de transporte - para criar substâncias que melhorem o desempenho, tais como a eritropoietina (EPO), para a formação de glóbulos vermelhos.
"O corpo de um atleta dopado geneticamente produz sozinho os hormônios que melhoram o desempenho, sem a necessidade de introduzir substâncias estranhas ao corpo. Ao longo do tempo, o corpo torna-se seu próprio fornecedor de doping", explicou Simon.
Teste antidoping genético:
"O desenvolvimento de um método confiável para a detecção de mau uso da transferência de genes será usado para garantir que esta nova tecnologia, da qual os efeitos colaterais são apenas parcialmente conhecidos, seja usada exclusivamente no tratamento de doenças graves", disse Bitzer.
O funcionamento do exame para detectar doping genético foi comprovado em um chamado teste de especificidade, em 327 amostras de sangue colhidas de atletas profissionais e amadores.
Os pesquisadores acreditam que agora os atletas deixarão de tirar vantagem do uso da terapia gênica para fins de doping. "No mínimo, o risco de ser descoberto meses depois da transferência de genes ter ocorrido deve intimidar até mesmo os dopados mais ousados", acredita Simon.
O que deu errado?

O exame supostamente desenvolvido para detectar o dopping genético, não foi realmente eficaz o quanto pesquisadores pensavam, e atualmente ainda não se sabe como identificar esses possíveis atletas, pois, a uma imensa cadeia de variações genéticas capazes de inutilizar qualquer tipo de exame, e ao longo do tempo foram se aperfeiçoando técnicas cientificas como forma imprecisar ainda mais a descoberta dos AMGs.  
          Então, se já em 2004, nas olimpíadas de Atenas, já suspeitavam dos AGMs, quem nos garante que em 2008, nas Olimpíadas de Pequim, não existiu efetivamente a participação desses mesmos. E para pesquisadores, os Jogos de Londres 2012 serão o grande laboratório, e na Olimpíada Rio 2016 o doping genético deverá “bombar”.
A questão é: A que nível se chegou uma disputa esportiva, a ponto de modificar o próprio DNA. Seria justo com aquele atleta que realmente, exerce uma função honesta, que usa dos meios tradicionais para desempenhar o seu melhor em sua modalidade? Trapaça, desonestidade? Até quando, suspeitaremos já que não é possível ainda constatar esses AMGs?




Fontes: Folha Online - "Novo tipo de doping pode afetar o DNA" (2004). SporTV Repórter - "Doping Genético". Diário Saúde "Doping genético já pode ser detectado em exame de sangue" (2010).


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